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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Redação vitoriosa no concurso da UNESCO

Blogagem coletiva "Professores do Brasil"


Estudante carioca vence concurso da UNESCO. O tema era:
"Como vencer a pobreza e a desigualdade".

Eram 50.000 participantes.
Muito bom para os amantes da língua portuguesa e claro para os professores também.
Isso foi um jeito mágico de juntar palavras simples, para formar belas frases.

Tema: "Como vencer a pobreza e a desigualdade"
Por: Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro- Rio de Janeiro - RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta?
Abundância de inexistência. ..Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está!
O novo nome do nosso país! Não pode haver
sinônimo melhor para o Brasil.
Porque o Brasil nada mais é do que uma
combinação mal engendrada - e friamente
sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil
e muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil
está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'.
Não me daria, por exemplo, um lugar na
universidade sem ter-me dado uma bela
formação básica.
E mesmo há 200 atrás não me aboliria
da escravidão se soubesse que me restaria
a liberdade apenas para morrer de fome.
Porque a minha mãe não iria querer me enganar,
iludir. Ela me daria um verdadeiro pacote
que fosse efetivona resolução do problema,
e que contivesse educação + liberdade+ igualdade.
Ela sabe que de nada me adianta ter educação
pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta
de oportunidade, pela falta de escolha,
acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou
crescer se a minha educação gerar liberdade
e esta, por fim, igualdade.
Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais,
revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema
social montado; mudanças que não sejam hipócritas,
mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma
contradição. Os governantes(às vezes) dão
uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E
a educação libertadora entra aí, O povo está
tão paralisado pela ignorância que não sabe
a que tem direito. Não aprendeu o que é
ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental
para o alcance da igualdade: nossa
participação efetiva; as mudanças dentro do corpo
burocrático do Estado não modificam
a estrutura. As classes médias e alta- tão
confortavelmente situadas na pirâmide
social - terão que fazer mais do que
reclamar ( o que só serve mesmo para aliviar
nossa culpa)... Mas estão elas preparadas
para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução
estrutural, feita de dentro para fora
e que não exclua nada nem ninguém de
seus efeitos, possa acabar com a pobreza e
desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não
administra? De que serve uma mãe que não
afaga? E, finalmente, de que serve um homem
que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência
esteja ligado, justamente, a um posicionamento
perante o mundo como um todo.
Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas,
se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?
Filho de uma mãe gentil ou uma
madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou
excluído? Como gente... Ou como bicho?

Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos,
estudante que termina faculdade de direito da
UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil
estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu
um prêmio da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) por uma redação sobre
'Como vencer a pobreza e a desigualdade'


A redaçãode Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´
foi incluída num livro, com outros cem textos
selecionados no concurso. A publicação está
disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO

Divulguem, quem sabe aos poucos
iremos acordar este "Brasil"?



3 Comente aqui:

Sandra F. 8 de outubro de 2009 às 21:56  

Uma redação forte, ela quis realmente causar impacto.
Que a educação, a liberdade e a igualdade um dia se façam presentes!
Bjs

BLOGZOOM 9 de outubro de 2009 às 22:13  

A Clarice foi de uma inteligência incrível. A minha mãe também não faria comigo jamais o que minha pátria tem feito.

Infelizmente aqui a verdade é mentira e a mentira é verdade.
Eu me vejo totalmente enquadrada em tudo que a concorrente escreveu.
Hoje já chorei o dia inteiro me sentindo profundamente desonrada porque a justiça brasileira é vil.
Aqui quem paga mais para mentir é quem vence, não importa se tem uma menininha sofrendo.

Esta carioca realmente escreveu o que todos deveriam dizer.

Adorei!

Anônimo 9 de outubro de 2009 às 22:51  

Lucia..realmente um texto merecedor de chegar à mão do presidente, se ele choro u pela olimpiadas, seria bom aproveitar esse empasso contrito do presidente, e dar uma cutucadas nele , amiga parabéns um texto extarordinário!!!!!!

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